Aeroporto lotado, Baruch HaShem!
Quando concluímos mais uma viagem para Israel, é comum que ao retornarmos vários sentimentos como saudade, melancolia, ansiedade, permeiem a nossa mente. Agora, rever as fotos recém tiradas nos ajudam a manter vivas na memória as experiências vividas em Jerusalém.
Hoje, quero compartilhar com vocês uma das experiências que, quase sempre, são as mais incômodas: o tempo gasto no aeroporto.
Depois de todo o cansaço acumulado em duas semanas de viagem, com longas caminhadas, passeios desgastantes fisicamente, é hora de enfrentar horas de filas em aeroportos. Como tem sido um caos nos aeroportos europeus, é preciso chegar várias horas antes. E o “Ben Gurion Airport” em Tel Aviv ainda tem questões de segurança. Então é fila para o check-in de segurança; leva quase uma hora. Depois outra fila para check-in na companhia aérea e despachar as malas, mais uns quarenta minutos, depois uma fila de mais de cem metros para passar pela vistoria da bagagem de mão e raio-x. Por fim, a fila de embarque.
Nestas horas existem dois caminhos: ficar reclamando de tudo ou ser grato. Mas como assim ser grato?
Um dos grandes problemas da humanidade é a memória curta demais que temos. Há pouco mais de dois anos atrás, o mundo fechou, uma pandemia nos colocou num caos, e ficamos trancados em casa por semanas, meses, sequer podendo visitar parentes, muitos não puderam nem se despedir de seus entes queridos na morte. Tudo nos pegou de surpresa; todos, absolutamente todos, fomos atingidos, em diferentes graus.
O aeroporto lotado é sinal que estamos retomando a vida; mas o que aprendemos nesse período de mais de dois anos? O que é uma fila de aeroporto? É uma oportunidade maravilhosa de sermos gratos a HaShem por nos permitir de voltarmos a viajar, rever parentes, rever lugares, rever Jerusalém!
Mesmo que você não viaje, experimente sair na sua rua, rever famílias, crianças brincando, gritando, jogando bola, atrapalhando o trânsito, cidades lotadas, semáforos, buzinas. E de novo, as duas opções se colocam diante de ti: reclamar ou ser grato.
Shaul HaShaliach disse:
“Seja a paz de Mashiach o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. Habite, ricamente, em vós a palavra do Mashiach; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.”(Colossenses 3:15,16)
Nestes dois versos, Shaul nos fala duas vezes sobre gratidão. Confesso que durante os dois anos de pandemia chorei algumas vezes, chorei em ter que fazer escala das pessoas que viriam à sinagoga, chorei em ver que pessoas perderam entes queridos, e foram atormentadas com um medo aterrorizante de pegar uma doença que os levaria à morte, chorei em ver imagens de cidades, parques, praças e aeroportos vazios.
Mas como diz o salmista: “o choro pode durar uma (longa) noite mas a alegria virá pela manhã” e hoje o choro é de alegria, de ver uma fila enorme no aeroporto, de ver o Kotel lotado, de não conseguir sequer um espacinho pra colocar as mãos no muro sagrado. Um choro incontido ao ver jovens cantando nas ruas de Judá e nas ruas de Jerusalém, de ver novamente noivos descendo as ruas em direção ao Kotel, de ouvir as diferentes vozes e línguas exaltando ao Eterno, e as tribos de Israel subindo para a cidade santa, porque como nos diz o salmo:
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor. Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém! Jerusalém, que estás construída como cidade compacta, para onde sobem as tribos, as tribos do Senhor , como convém a Israel, para renderem graças ao nome do Senhor . (Salmos 122:1-4)
Sim, já é tempo de as tribos voltarem para render graças ao nome do Senhor, já é tempo de deixarmos de lado as reclamações da vida e dizermos: “Baruch HaShem!” Bendito seja o Eterno, que é bendito para todo o sempre!
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