Circuncisão - Quebre o elo da escravidão para a liberdade (Parte 1)
CIRCUNCISÃO? PORQUÊ TANTO TEMOR?
Is: 55:8,9 - Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.
O homem muitas vezes coloca muito peso em assuntos menos importantes e pouco peso naquilo que é realmente de valor.
Minhas prédicas quase sempre são de ensinamento moral, na busca por aperfeiçoar nosso caráter, algo que alguém já disse é o aspecto mais importante da fé judaica. Mas, nem tudo é moral, algumas coisas requerem prática. Cumprir mitsvot é prática!
Quando o Eterno chamou a Abrão, fazendo-o sair do meio da parentela, este tinha 75 anos de idade. Vinte e quatro anos mais tarde, o Eterno propõe uma aliança com Abrão, e diz: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente." (Gn 17:1,2) Abrão, prostrado, ouvia HaShem lhe falar.
A primeira coisa a ser feita, mudar de nome; D-us lhe dá o nome de Avraham, e diz que ele seria pai de nações, e dele viriam muitos reis, etc... E D-us diz qual seria a aliança, Seu pacto com Avraham.
A Torah declara: "Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. (Gn 17:10,11)
O sinal da aliança do Eterno estaria na carne do homem, de Avraham, de seus descendentes e de todos que vivessem com ele. A partir dali, todos que nascessem meninos deveriam ser circuncidados ao oitavo dia, logo após o nascimento.
Gn 17:14 diz: "O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança."
Parece simples não é? E de fato é! O homem que complica. Bom seria se todos tivessem a decisão de servir ao Eterno como Avraham; qual foi a atitude dele mesmo?
Gn 17:23 "Tomou, pois, Abraão a seu filho Ismael, e a todos os escravos nascidos em sua casa, e a todos os comprados por seu dinheiro, todo macho dentre os de sua casa, e lhes circuncidou a carne do prepúcio de cada um, naquele mesmo dia, como Deus lhe ordenara."
Imediatamente, no mesmo dia, circuncidou a si mesmo, ao filho, aos servos, e nada de arrumar pretextos para deixar para depois.
Agora pulemos um pouco da história para ler o que diz a Brit Chadashah:
Gl 3:29 "E, se sois do Mashiach, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa."
Nos dias atuais não é difícil imaginar uma família que tenha um filho adotivo. Agora, imaginemos um cenário onde uma família tenha seus cinco, seis filhos, e um ou dois deles sejam adotados. Teriam esses "privilégios" ou leis diferentes dos filhos naturais? O filho natural cumpriria tais ordens, mas o adotado não, porque ele é adotado mesmo. Claro que não! A primeira conseqüência disso reside no fato de que o filho adotivo não se sentiria verdadeiramente "filho", pois seria "discriminado dentro de casa".
Voltando a Avraham, se ele tinha que circuncidar até mesmo os "servos comprados por dinheiro" porque não circuncidaria um filho, ainda que adotivo?
Lembremo-nos de que "quem não se circuncidar será eliminado do seu povo", ou seja, NÃO FAZ PARTE DO POVO.
Coloque-se no lugar do filho adotado, você iria querer "não se sentir parte da família?" Creio que não!
Ainda mais sabendo que até os empregados de Avraham eram circuncidados, certamente se perguntaria: porquê eu não posso? Porquê essa discriminação comigo?
Agora vamos voltar à Torah:
Quando HaShem propôs o pacto e mudou o nome de Avram para Avraham, este tinha 99 anos, idade em que foi circuncidado. Seu filho Ishmael, tinha 13 anos (Gn 17:24,25) A partir de então, já com Itschak, tão logo nascesse um menino, ao oitavo dia, este já era circuncidado. (Gn 21:4) Esse era o sinal de alguém inserido no pacto.
A bíblia já não mais necessitava relatar a cada novo nascimento de que "o menino foi circuncidado ao oitavo dia", mas certamente isso ocorreu com Essav e Yaakov, depois com seus doze filhos e seguia o ritmo natural, passando de pai para filho.
Um menino não cumpria a mitsvah ao ser circuncidado, mas sim, o pai, ao circuncidá-lo. A criança não tem a opção de aceitar ou não "entrar no pacto", mas confirma que aceita quando chega a sua vez de circuncidar o próprio filho.
Assim foi até chegarmos à escravidão no Egito, e surgir Moshê, israelita, filho de Joquebede e Anrão. Ao fugir do Egito, ele acabou por conhecer e se casar com Tsiporah. Tiveram dois filhos, Guershon e Eliezer, mas quando o Eterno chamou Moshê, a Torah diz que D-us quis matá-lo. Por quê?
Êx 4:24-26 "Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o SENHOR e o quis matar. Então, Zípora tomou uma pedra aguda, cortou o prepúcio de seu filho, lançou-o aos pés de Moisés e lhe disse: Sem dúvida, tu és para mim esposo sanguinário. Assim, o SENHOR o deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão."
Interessante observar o que o Eterno disse, após a circuncisão do povo: Js 5: 9 "Hoje, removi de vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal até o dia de hoje."
Querer ficar com a "vergonha do Egito" é uma opção para aqueles que não se sentem verdadeiramente livres e parte do povo do Eterno.
Não, os pensamentos do Eterno não são iguais aos nossos, Ele quer um povo com o sinal de Sua aliança, um povo livre do paganismo egípcio. E porque somos livres e filhos, descendentes e herdeiros da promessa a Avraham, a circuncisão não é uma opção, mas apenas uma mitsvah, que devemos considerar como o "sinal da liberdade".
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