Lufthansa contratará "gerente de antissemitismo" após passageiros ortodoxos serem impedidos de voar

A companhia aérea alemã Lufthansa deve criar um cargo de gerência sênior para combater o antissemitismo e a discriminação depois que mais de cem passageiros visivelmente judeus foram impedidos de voar no mês de maio .

O porta-bandeira alemão também confirmou que adotará a definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), que o governo da Alemanha endossou em 2017.

Uma investigação independente encomendada pela companhia aérea sobre o incidente de maio descobriu que não havia evidências de antissemitismo institucional, mesmo depois que um funcionário da Lufthansa foi filmado dizendo : “[foi] o povo judeu que estava na bagunça, que fez os problemas”.

Em 4 de maio, mais de cem pessoas visivelmente judias foram impedidas de voar por funcionários da companhia aérea e policiais armados depois que um pequeno número de passageiros judeus em um voo anterior de Nova York a Frankfurt se recusou a usar máscaras.

O grupo estava a caminho de Budapeste em uma peregrinação anual, e foi alegado pelos passageiros que os funcionários da Lufthansa no aeroporto de Frankfurt tomaram medidas para impedir todos os passageiros que pareciam visivelmente judeus de embarcar no voo de conexão.

Um membro da equipe da Lufthansa foi flagrado em vídeo dizendo que “judeus vindos de JFK” causaram problemas a bordo do voo, razão pela qual visivelmente judeus estavam sendo impedidos de fazer seu voo de conexão.

Em uma carta de 22 de julho à Conferência dos Presidentes das Principais Organizações Judaicas Americanas obtida pela Agência Telegráfica Judaica (JTA) , o CEO da Lufthansa, Jens Ritter, disse que a força-tarefa interna da companhia aérea que investiga o incidente reconheceu que alguns de seus tripulantes foram “insensíveis”. e pouco profissional”, mas o relatório concluiu: “A investigação minuciosa não revelou nenhum sentimento de antissemitismo, preconceito ou comportamento premeditado por representantes da Lufthansa”.

Ritter passou a culpar “uma infeliz cadeia de comunicação imprecisa, má interpretação e erros de julgamento não intencionais”, e observou que os “vários passageiros judeus ortodoxos” que não estavam seguindo os regulamentos sobre o uso de máscaras “criaram uma situação tênue” e desencadearam “vários anúncios ” do capitão.

Como resultado do incidente e do relatório, Ritter se comprometeu a criar um novo cargo de gerência sênior “para a prevenção da discriminação e antissemitismo”, criar um novo staff de treinamento de pessoal em torno do antissemitismo e adotar a definição da IHRA.

Ritter escreveu: “A Lufthansa lamenta profundamente a recusa de embarque e o impacto que teve em nossos passageiros”.

A Lufthansa disse em comunicado após o incidente em maio que "lamenta as circunstâncias que cercam a decisão de excluir os passageiros afetados do voo" e pediu desculpas "não apenas pelo inconveniente, mas também pela ofensa causada e pelo impacto pessoal".

Notícia retirada do portal TheJC