Tiroteio em massa em subúrbio judaico de Chicago deixa pelo menos sete mortos

Pelo menos sete pessoas morreram e 19 ficaram feridas depois que um atirador disparou mais de 70 tiros de um telhado em um desfile de 4 de julho, em um subúrbio judeu de Chicago. Ele conseguiu se misturar com a multidão e escapar do local, mas foi preso horas depois do ataque. 

Cinco das sete pessoas mortas, todos adultos, morreram no local. O sexto foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos, enquanto o sétimo morreu na terça-feira. O Highland Park Hospital, para onde a maioria das vítimas foi levada, informou que recebeu mais de duas dúzias de pessoas com ferimentos de bala com idades entre 8 e 85 anos.

O cônsul israelense Yinam Cohen, principal diplomata de Israel no meio-oeste dos Estados Unidos revelou na terça-feira que quatro membros da comunidade judaica estão entre as sete mortes no tiroteio em massa que ocorreu em um desfile de 4 de julho em um subúrbio de Chicago.

Seu escritório confirmou que duas das vítimas eram judeus e que havia “indicações” de que mais duas das vítimas também podem ter sido judias. Highland Park, onde ocorreu o tiroteio na segunda-feira, tem uma grande comunidade judaica, representando cerca de um terço da população local. Uma das vítimas - Jacki Sundheim - era judia. Sundheim foi o coordenador de eventos e b'nei mitzvah em uma sinagoga reformista próxima, North Shore Congregation Israel.

Questionado se o ataque foi direcionado à comunidade judaica, Cohen disse que não parece ser o caso. “Atualmente, não há indicações de que este tenha sido um incidente anti-semita, mesmo que o perfil do agressor possa corresponder a tal incidente”.

“O incidente ocorreu em um desfile de 4 de julho, [portanto] não há nada que conecte isso a um incidente judaico”, disse Cohen ao Canal 12, acrescentando que está em contato com autoridades locais e líderes da comunidade judaica enquanto a investigação continua.

O ataque na área de Highland Park da cidade começou aproximadamente 10 minutos depois que o desfile começou às 10h20. Um grupo musical judeu local, a Maxwell Street Klezmer Band, tocava quando os tiros começaram a soar e os participantes do desfile em pânico correram e gritaram.

Um ex-morador de Highland Park descreveu a área como um típico subúrbio judaico de classe média, com açougues Kosher, supermercados e sinagogas.

O atirador planejou o ataque por semanas e usou roupas femininas para ajudar na fuga, disse a polícia na terça-feira, horas antes da sétima vítima do ataque ser declarado morto.

O suspeito, preso na segunda-feira, foi identificado como Robert (Bobby) E. Crimo III, um jovem de 22 anos, cuja família vive em Highwood, ao norte de Highland Park, onde ocorreu o tiroteio. O pai do atirador concorreu a prefeito sem sucesso e é dono de uma loja em Highland Park chamada Bob's Pantry and Deli. Crimo era um músico amador que se autodenominava "Awake the Rapper" (Desperte o rapper). As postagens online de Crimo incluem conteúdo violento que aludia a armas e tiroteios.

Um vídeo do YouTube postado há oito meses mostrava desenhos de um atirador e pessoas sendo baleadas. Uma voz em off diz “Preciso fazer isso”. Acrescenta: “É o meu destino. Tudo levou a isso. Nada pode me parar, nem mesmo eu.”

Crimo, que tem a palavra “Awake” tatuada na sobrancelha, é visto com um boné de beisebol “FBI” em várias fotos e está usando uma bandeira de Trump como capa em uma foto.

O tiroteio é o mais recente de uma onda de violência armada que assola os Estados Unidos, onde aproximadamente 40.000 mortes por ano são causadas por armas de fogo, de acordo com o Gun Violence Archive.

O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou choque e prometeu continuar lutando contra “a epidemia de violência armada”.

"Eu não vou desistir", disse ele.

Na semana passada, Biden assinou o primeiro projeto de lei federal significativo sobre segurança de armas em décadas, poucos dias depois que a Suprema Corte decidiu que os americanos têm o direito fundamental de portar uma arma em público.

Material da notícia retirado dos portais I24News, Times of Israel e The Jewish Chronecle